A pequena cidade de São Miguel enfrentava um inverno rigoroso, a noite estava fria e chuvosa, os raios cortavam o céu e iluminavam cada canto das casas com um clarão assustador. O tempo estava inquieto e o pensamento dos habitantes daquele lugar também. Todos queriam uma resposta, em toda a cidade não havia outro assunto a não ser o assassinato de Rebeca, uma prostituta muito conhecida pelos moradores em razão de sua beleza e sensualidade. Muitos diziam que ela teria um futuro brilhante se não tivesse caído na vida.
Nessa mesma noite fria e chuvosa o Del. Murilo estava sentado confortavelmente em sua poltrona no escritório de sua casa pensando, ele precisava esclarecer esse mistério, pois já era uma questão de honra, suas investigações já apontavam alguns suspeitos, mas ele precisava ter certeza. Então lembrou-se de um bilhete que havia encontrado no chão, próximo a porta da sala . Ele abriu a gaveta da mesa do escritório, pegou o bilhete e leu em voz baixa: ¬“Tenho a resposta que você tanto deseja, se você se interessar em saber me encontre no endereço a baixo, te espero hoje às 23h. Ass. Anônimo”. O que fazer? Encontrar essa pessoa misteriosa que diz saber quem é o assassino ou não? Angustiado pela duvida e incomodado pela curiosidade o delegado guarda o bilhete , levanta-se vai até a sala e pega um grosso sobretudo e seu inseparável chapéu para se proteger do frio, ele se aproxima da porta e nesse momento um raio acompanhado de um estrondo ensurdecedor ilumina a casa do delegado e anuncia que a tempestade está longe de acabar. Ele pega um guarda-chuva e sai.
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A casa de Luisa é muito conhecida pelos homens de São Miguel por ter as mais belas mulheres além de ter a melhor anfitriã. Luisa transformou o seu bordel em um lugar em lugar de classe onde só entravam autoridades, comerciantes ricos e pessoas influentes da época. Uma das razões do sucesso da casa era Rebeca, uma jovem de 26 anos que encantava a todos com seus longos cabelos negros, olhos castanhos sempre brilhantes e atentos a todos os movimentos, Rebeca conseguia hipnotizar os homens e deles tinha tudo o que quisesse. Amada pelos homens e odiada pelas mulheres, todas as noites eles as deixavam sozinhas com os filhos e iam até a casa de Luisa se divertirem nos braços de Rebeca, ali mesmo na casa tinha quem a odiasse, ainda mais depois que Rebeca passou a dar preferência a Antonio o prefeito da cidade.
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No caminho Murilo não tirava do pensamento aquela pergunta inquietante, quem matou Rebeca? Quando se deu conta já estava na parte mais baixa da cidade, um lugar escuro, afastado de tudo, ali o frio parecia piorar e a chuva engrossava cada vez mais, o delegado avistou logo a frente o endereço que estava no bilhete e se aproximou, observou... não tinha ninguém ali, ninguém alem dele e um gato magro que revirava as latas de lixo, então Murilo já enfurecido disse:
- Droga, quem fez isso tem um péssimo gosto para brincadeiras. Então surge uma voz do escuro:
- Não vá. Não é uma brincadeira. O delegado assustado vira para trás e tenta enxergar o rosto do dono da voz no meio da escuridão.
- Quem é você? Pergunta o delegado, em seguida coloca a mão sobre a arma que carrega em baixo do sobretudo.
- Calma delegado, não se precipite, eu faço questão de que o senhor me conheça.
- Você disse que tem a resposta que eu tanto quero, vamos me diga logo, quem é o assassino, quem matou Rebeca? Murilo pergunta aflito.
- Eu sou a resposta, eu matei Rebeca. Então a voz misteriosa desaparece e pouco a pouco um rosto vai surgindo das sombras.
- Você? O delegado se assusta ao reconhecer a pessoa. Mas antes que Murilo possa pensar em fugir ele é baleado com um tiro no coração.
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Inocência nunca gostou de Rebeca, sempre invejou a beleza dela, o ódio aumentou ainda mais depois que o prefeito passou a visitar a casa de Luisa todas as noites para ver a prostituta, dava a ela colares, pulseiras, brincos e outras jóias, tudo de ouro e diamantes. Rebeca foi se apaixonando de tal forma que logo apenas aceitava ele em seu quarto fazendo assim Luisa perder muitos clientes que iam a casa somente por causa dela. Lucia era a única amiga de Rebeca e sabia de tudo, uma era confidente da outra. Uma noite Rebeca disse a Lucia que queria se casar com Antonio e que iria pedir para ele se separar da esposa. Lucia aconselhou a amiga a não alimentar esperanças, mas a paixão cegava a moça.
Inocência era capaz de qualquer coisa para se livrar de Rebeca, aproveitando-se da situação ela pedia para Luisa expulsar a garota da casa já não estava trazendo lucro algum e sim prejuízos. Na verdade Inocência não estava nem um pouco preocupada com a casa, o que ela queria mesmo era se livrar de Rebeca para retomar o seu caso com o prefeito como em outros tempos quando ele ainda não havia conhecido Rebeca.
Em uma noite Antonio foi até a casa de Luisa para ver Rebeca, a casa ficava na parte baixa da cidade, chegando lá logo entrou para o quarto onde ela o aguardava ansiosamente.
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No dia seguinte a tempestade havia passado e o dia amanheceu com o céu azul, não havia uma nuvem, já nas primeiras horas da manhã as pessoas começaram a sair de suas casas para trabalhar e o movimento começou em todas as partes, o vento frio continuava e as pessoas procuravam se esquentar em cada canto onde houvesse sol. Na padaria onde todas as manhãs era comum os moradores passarem para tomar um café antes do trabalho, já era possível sentir o aroma irresistível de café fresco. O policial Antunes estava naquele momento tomando o seu café na padaria quando um garoto entrou assustado procurando por ele, então ele respondeu:
- O que foi garoto, por que está tão assustado? E o menino respondeu:
- O senhor também estaria se tivesse visto o que eu vi.
- E o que foi que você viu? O policial já estava ficando curioso.
- Uma coisa horrível. Disse o garoto para criar expectativa, mas já com segundas intenções.
- Pois diga logo porque eu não posso me atrasar, a obrigação me espera.
- Eu acho que não...
- Mas será possível... vai dizer ou não vai? Antunes ficou irritado.
- Quanto o senhor me paga?
- Mas só me faltava essa. Antunes com raiva e já com vontade de se livrar do garoto pegou alguns trocados do bolso e deu para ele.
- Pegue isso, dá pra tomar um café. O garoto pegou o dinheiro agradeceu e ia saindo sem dar a notícia quando Antunes perguntou
- Então você me amola, leva o meu dinheiro e não diz o que viu?
- É mesmo eu tinha me esquecido. Seu Antunes eu e os meus amigos encontramos o delegado Murilo caído lá em baixo perto da casa da dona Luisa.
O assombro foi geral, todos se voltaram para o garoto. Ele então levou o policial Antunes até o corpo do delegado. A noticia se espalhou rapidamente, principalmente depois que se confirmou a morte do delegado.
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Naquela noite em que Antonio tinha ido visitar Rebeca ela estava inquieta e ansiosa, depois de um tempo ela tomou coragem e disse:
- Antonio, você me ama de verdade? E ele respondeu prontamente.
- Claro que sim, você é tudo o que eu sempre quis, foi uma pena eu não ter te conhecido antes. Rebeca então falou o que tanto queria:
- Você diz que me ama, mas seria capaz de abandonar a sua esposa e ficar comigo? Ela acabou ouvindo o que não queria:
- Rebeca isso seria uma loucura, você sabe muito bem que um político como eu precisa ter uma família, uma imagem. Ela então sentiu-se ferida e pela primeira vez sentiu ciúmes da esposa de Antonio, depois daquela noite Rebeca apenas pensava em ter Antonio só pra ela, discutindo por diversas vezes esse assunto com ele.
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Antonio não podia se separa da mulher, grande parte dos bens que havia conquistado foi ao lado da esposa e a esse ponto da carreira política abrir mão da metade do que tinha seria fatal. Não, mesmo que quisesse ele não poderia trocar a esposa Branca pela prostituta Rebeca. Então pediu a Luiza que tirasse aquela idéia de casamento da cabeça da moça. Luisa tentou, porém qualquer conselho foi em vão, ao perceber que Antonio se afastava Rebeca sentia-se rejeitada, chegou a negar-se a receber Antonio novamente o que fez com que Luiza perdesse definitivamente a paciência.
Não durou muito a raiva de Rebeca, a paixão dos dois era tão forte que logo voltaram a se encontrar e isso aumentou o ódio de inocência que já alimentava esperanças de reatar o antigo caso que teve com Antonio.
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A morte do delegado Murilo despertou nos moradores ainda mais curiosidade, cada um tinha uma versão própria para o motivo do assassinato e as notícias corriam de boca em boca. A cidade estava sem delegado, mas logo chegaria um novo vindo de São Paulo, porém o policial Antunes que foi um grande amigo de Murilo queria resolver o mistério da morte do amigo, agora era uma questão de honra e sem esperar a chegada do novo delegado ele começou a investigar.
A onda de assassinatos havia deixado os moradores amedrontados, era raro ver alguém sair à noite, todos preferiam ficar trancados e seguros em suas casas. Aproveitando-se do pouco movimento na cidade durante a noite Antunes resolveu iniciar as suas investigações na casa do amigo. Durante o caminho o barulho dos passos de Antunes era o único som que se podia ouvir. Aquela era mais uma noite de chuva forte acompanhada de frio intenso na cidade.
Com uma Chave mestra Antunes abre a porta da casa do delegado e entra, parecia que ele ainda estava por ali, as coisas se mantinham organizadas como ele sempre gostava. Antunes nunca foi um homem de coragem, mas a ocasião o obrigava a ser, então ele começou a procurar por qualquer coisa que desse alguma pista do que teria acontecido horas antes do assassinato, procurou no quarto, na cozinha, na sala e depois foi para o escritório onde encontrou o bilhete anônimo.
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Rebeca estava aflita, ela tinha acabado de ter uma terrível discussão com Antonio, ele a disse que nunca iria trocar a esposa por ela e que enquanto ela continuasse com aquela idéia absurda ele não voltaria a vê-la. Rebeca revidou e disse que ela estava decidida e iria até a casa dele e contaria para Branca sobre o caso deles. Rebeca por várias vezes repetia isso e com tanta firmeza que Antonio passou a temer por um grande escândalo.
Luisa sabia da influencia do Prefeito e tinha receio que ele sentindo-se pressionado por Rebeca mandasse fechar o bordel. Inocência não se agüentava de alegria ao ver o desprezo de Antonio com Rebeca, mas já não suportava ter que acordar e olhar pra ela todas as manhãs. À tarde quando Rebeca estava sozinha na casa encontrou na casa de cartas um envelope fechado com o nome dela, ela pegou o envelope e deixou em seu quarto, estava tão nervosa com os últimos acontecimentos que não tinha vontade de saber o conteúdo da carta. Depois de um dia de sol quente e tempo abafado a noite chega e trazendo uma mudança de tempo repentina, o calor da lugar à um frio insuportável e uma chuva que começa fraca, mas em poucos minutos se transforma em um temporal. Nessa noite Inocência avisa que não vai trabalhar porque vai visitar uma amiga que chegou na cidade, Luisa estranha:
- Você é louca menina? O céu está quase desabando lá fora e você vai sair assim mesmo?
- É que... ela vai embora amanha cedo.....e por isso eu preciso ir ainda hoje. Inocência respondeu com a voz tremula, em seguida armou a sombrinha e saiu rapidamente antes que Luisa perguntasse mais alguma coisa. Antes de se deitar Rebeca lembra-se do envelope que encontrou e resolve abrir, dentro ela encontra uma pequena carta que dizia o seguinte: “Me encontre essa noite ás 23h00 atrás da biblioteca publica, precisamos resolver essa situação de uma vez por todas. Ass.: Anônimo.” Eram quase 23h quando Rebeca leu o bilhete, preocupada ela foi até o quarto da amiga Lucia para conversar e quando chegou lá Lucia não estava na cama, então foi falar com Luisa.
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Antunes tinha nas mãos uma pista muito importante, estava bem claro para ele que o assassinato de Murilo havia sido planejado, já que o corpo do delegado foi encontrado no endereço que estava no bilhete. Antunes então guardou o bilhete no bolso e foi para sua casa. Durante o outro dia na delegacia ele recebeu a noticia de que não viria mais um delegado de São Paulo e que ele seria o novo delegado, isso era muito bom, pois assim teria mais poder para dar continuidade as investigações. Não saía do pensamento dele os dizeres do bilhete encontrado na noite anterior: “Tenho a resposta que você tanto deseja, se você se interessar em saber me encontre no endereço a baixo, te espero hoje às 23h. Ass. Anônimo” Qual era a resposta que Murilo tanto buscava?Antunes não tinha a menor idéia.
Logo passou para as mãos dele também a responsabilidade de encontrar o assassino de Rebeca, então Antunes teve acesso à investigação já realizada por Murilo, no final da tarde Antunes foi para casa e levou consigo alguns dos documentos sobre o assassinato de Rebeca e teve uma grande revelação ao terminar de lê-los.
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Quando chegou ao quarto de Luisa Rebeca percebeu que ela também não estava, então sem ter a quem recorrer Rebeca vestiu-se para enfrentar o frio e a chuva que caia com força e saiu em direção à biblioteca. Lá fora o vento também era forte, o caminho até a biblioteca era longo, mas o pensamento de Rebeca era tão intenso que quando se deu conta já estava lá.
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Antunes tinha agora dois grandes mistérios para desvendar, nos documentos que Murilo havia deixado na delegacia ele constatou que o delegado já tinha alguns suspeitos e havia passado a segui-los. Segundo as investigações de Murilo na noite da morte de Rebeca, Inocência foi vista saindo da casa por volta das 21h e retornando já de madrugada vestida de preto. Luisa também saiu, mas entrou em um carro que a esperava perto da casa retornando apenas na manhã seguinte. Lucia foi a primeira a ser chamada para depor e disse ao delegado que passou a noite na casa , por tanto não teria visto quando Luisa e Inocência sairão.
Entre os documentos Antunes encontrou uma carta onde era denunciado o caso de Antonio e Rebeca, a carta era assinada por uma pessoa anônima. O policial resolveu fazer as comparações entre o bilhete de Murilo, o que foi encontrado junto ao corpo de Rebeca e a carta que tinha em mãos. Ele então percebeu que a letra era a mesma nas três, por tanto quem matou Rebeca também matou Murilo assim que desconfiou que ele estava próximo da verdade.
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Assim que chegou ao local do bilhete Rebeca esperou uns instantes, ela estava nervosa e arrependida de ter saído, o medo tomava conta de si, alguma coisa dizia que ela não voltaria pra casa. A sua intuição estava certa, um calafrio passou pelo seu corpo quando ela ouviu uma voz chamar o seu nome, quando ela olhou para trás se deparou com um rosto muito conhecido:
- Ah é você então! Que bom, eu precisava muito conversar, só não entendo porque não se identificou na carta e porque marcou um encontro nesse lugar.
- Já vai entender. Sacou uma arma e apontou para Rebeca. Ela se assusta.
- O que vai fazer? Calma, por favor, não faça o que eu estou pensando... Rebeca não teve tempo de pensar mais nada. O seu corpo ficou estirado no chão.
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Antonio continuou na busca pela verdade e lembrou que na casa do falecido delegado ele havia visto uma caixa em cima da mesa do escritório. Antunes voltou então à casa do amigo para ver o que tinha na caixa. Encontrou nela uma lista com o nome de todos os suspeitos, os que Murilo já tinha colhido o depoimento estavam riscados, eram quatro nomes: Lucia, Inocência, Luisa e Antonio. Lucia já tinha ido depor, então durante os dias que se seguiram Antunes se dedicou a ouvir o depoimento de todos, ou melhor, quase todos. Antes de chamar Antonio ele resolveu fazer algumas perguntas aos empregados do prefeito para descobrir alguma pista. Antunes descobriu que nos últimos dias que antecederam a morte de Rebeca o prefeito estava estranho, parecia preocupado com alguma coisa muito importante. Até a esposa tinha percebido a inquietação do marido, descobriu também que na noite do assassinato o prefeito não estava na cidade, ele havia ido de carro até a capital para resolver alguns problemas. Para dar continuidade a investigação Antunes chamou o prefeito para depor.
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No dia seguinte assim que encontraram o corpo de Rebeca a notícia se espalhou rapidamente, não havia quem não soubesse do acontecimento. Logo pela manhã Luisa chegou a casa e encontrou Lucia e Inocência esperando por ela já ao lado de Murilo, assim que receberam a noticia todas se mostraram surpresas, mas Inocência não conseguiu por mais que tentasse esconder um sorriso de satisfação que surgiu em seu rosto. Lucia chorava muito e se lamentava, Luisa ficou espantada e o delegado pediu para que aguardassem o chamado para depor e que providenciassem logo o enterro já que Rebeca não tinha família.
Depois desse dia o prefeito nunca mais colocou os pés no bordel de Luisa, quem mais sentia era Inocência, que apesar de tudo continuava a odiar Rebeca, afinal mesmo depois de morta a imagem dela ainda estava viva na mente do prefeito, tanto que ele não havia mais freqüentado a casa. Apos a morte de Rebeca o movimento no estabelecimento de Luisa despencou. Branca a esposa do prefeito via em seu olhar certa tristeza que ela não sabia de onde vinha, e ao mesmo tempo as atitudes dele começavam a despertar uma aflição, aquela viagem de ultima hora pra São Paulo, e o simples fato de nunca mais ter saído a noite, tudo era muito estranho.
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Durante o seu depoimento o prefeito disse o que já se sabia, que ele tinha ido a São Paulo naquela noite, mas ao ser questionado sobre o caso com Rebeca ele ficou assustado, porém não pode negar. Branca ficou preocupada ao saber que o marido tinha que depor para dar esclarecimentos sobre a morte da prostituta e perguntou a Antonio os motivos que o delegado tinha para chamá-lo para depor, Antonio não respondeu a pergunta da esposa. Com o depoimento de Luisa e de Inocência Antonio não teve nenhuma nova pista, a falta de informações estava o deixando incomodado, ele suspeitava do prefeito, mas não tinha provas para incriminá-lo, ainda mais que na noite do crime ele não estava na cidade. Porem somente o fato de o prefeito ter mantido um caso com Rebeca já era motivo suficiente para prendê-lo como suspeito. Antunes prepara um mandado de prisão para o prefeito para buscá-lo no dia seguinte.
Novamente a noite é fria, chuva e vento fazem os galhos das arvores balançarem, em meio a um turbilhão de pensamentos que passam pela mente de Antunes ele ouve um tiro, o som é repetido pelo eco por alguns segundos. Rapidamente Antunes se levanta, veste-se e sai para tentar descobrir o que aconteceu, o mesmo fazem os outros moradores, em frente à casa de Antunes existe uma praça e ali, naquela praça todos puderam ver o corpo do prefeito que acabara de ser assassinado. Definitivamente Antunes já pensa que nunca ira descobrir o assassino. Sobre a morte do prefeito a única coisa que se sabe é que ele também recebeu um bilhete marcando um encontro na praça, ele deixou a mulher dormindo segundo a empregada da casa e saiu. Tudo volta ao ponto de partida, se não foi o prefeito, então quem foi?
Passado toda a confusão devido ao último assassinato, Antunes tem uma grande e arriscada idéia. Ele rapidamente a coloca em pratica.
No dia seguinte o assunto era um só. Finalmente o delegado descobriu quem é o assassino, a noticia foi espalhada a mando de Antunes por um de seus homens de confiança. Todos queriam saber quem era, quem estava cometendo tantos crimes em tão pouco tempo? Quais os motivos que levam uma pessoa a agir dessa forma? O delegado não revelou a sua falsa descoberta, ele precisava atingir o seu objetivo primeiro e não demorou muito. Naquela noite a sensação de segurança que a noticia trouxe a população devolveu o movimento noturno da cidade. Em casa o delegado esperava ansioso até que de repente quando ele se voltou para a porta da sala lá estava o que ele tanto queria. O bilhete.
A letra já velha conhecida do delegado, escrita em um papel de caderno dizia: “Me encontre hoje às 23h no endereço abaixo e então você descobrirá quem realmente matou Rebeca, Murilo e o prefeito Antonio.” Feliz pelo sucesso do seu plano, Antunes chama os seus homens e detalha os proximos passos. Era axatamente isso que ele queria, atrair a atenção do criminoso anunciando que ele já sabia quem era o autor dos crimes, e agora ele o encararia de frente.
Apos tudo combinado Antunes parte em direção ao endereço do bilhete, o mesmo onde Murilo morreu, finalmente passou a chuva, o céu estava claro, o frio tinha ido embora e o coração do Del. Antunes estava acelerado. Chegou a hora da verdade, o delegado tinha avistado o local e já se preparava para ir até lá, um momento de tensão estava se aproximando, ali naquele mesmo lugar onde Murilo foi encontrado morto estava agora Antunes para vingar a morte do amigo e dar uma resposta ao povo de São Miguel que ha tanto tempo estava amedrontado por causa dos horrores de um assassino, ou seria assassina?
- Pronto, estou aqui como você me pediu. Está com medo de mim? Não quer mais aparecer? Disse o delegado.
- Engano seu meu caro, eu não tenho medo, aliás, eu não conheço esta palavra.
- Então saia das sombras e apareça de uma vez ou eu vou pensar o contrário.
- Tudo bem, se você prefere ver o rosto do seu assassino antes de morrer, que seja feita a sua vontade. Durante algum tempo um silencio profundo toma conta do lugar. em seguida pouco a pouco o rosto de uma mulher surge apontando uma arma para Antunes:
- Então é você! Antunes se surpreende.
- Sim sou eu mesmo. Branca a esposa do prefeito, eu sou a assassina. Diga adeus Antunes. O tiro disparado acerta o peito de Antunes que cai no chão, em seguida os homens que estavam perto esperando o momento certo correram e agarraram Branca. Um dos homens foi até Antunes verificar se ele estava bem, e estava, aliás, muito bem por que ele vestia um colete a prova de balas e sentia apenas uma dor no peito.
Não teve quem não se assustou com o anuncio de Branca como verdadeira assassina, mas teve também quem sentiu um alívio enorme como Luisa que naquela noite havia saído escondida para encontrar com um homem que estava saindo com ela, Inocência realmente foi ver uma amiga e voltou de roupa preta porque na casa da amiga acabou ocorrendo um incidente e ela teve que trocar de roupa, Lucia realmente não estava no quarto porque foi até a cozinha beber água.
Branca sempre se fez de desentendida, mas já há algum tempo ela sabia do caso de Antonio com Rebeca e quando descobriu que ela estava prestes a armar um escândalo resolveu terminar com tudo matando a prostituta, com medo de ser descoberta pela policia ela mandou a carta denunciando as traições do marido tentando incriminá-lo, então assim que ela percebeu o avanço nas investigações do delegado Murilo teve que se livrar dele, matou Antonio para poder se vingar da traição e por fim tentou assassinar Antunes para não ir parar na cadeia, porém isso aconteceu da mesma forma.
FIM
Meus parabéns!!!
ResponderExcluirSua criatividade vai "além dos limites"
Fico aguardando a próxima história; E que seja tão envolvente quanto essa.
Abraços.